Vamos falar de Pontos de Vista! - The reaDers

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Vamos falar de Pontos de Vista!

 


Primeira pessoa: Modo Pessoal


A primeira pessoa usa “eu”, “mim”, “meu” para transformar um personagem em um narrador, como se eles próprios contassem a história ao leitor.


  • Visão íntima do personagem: a primeira pessoa permite que você mostre muito sobre um personagem, de sua perspectiva.

  • Voz única: especialmente ao trabalhar com perspectivas múltiplas, a primeira pessoa permite que você desenvolva uma série de vozes e estilos narrativos exclusivos para cada uma. Isso pode ser especialmente útil se você estiver trabalhando com um narrador único — contar uma história de apocalipse zumbi super sangrenta do ponto de vista de uma criança de cinco anos torna a história muito diferente do que se fosse contada em terceira pessoa ou por um narrador mais velho.

  • Consistência do narrador: a primeira pessoa permite que você brinque com narradores não confiáveis. Mesmo que suas múltiplas perspectivas estejam retransmitindo eventos com precisão, elas podem ser inconsistentes uma com a outra, pois cada personagem conta suas próprias interpretações dos eventos, o que pode deixar espaço para a interpretação do leitor.

  • A voz falha: se suas vozes de primeira pessoa não forem distintas ou consistentes o suficiente, você corre o risco de elas se misturarem e soarem iguais. A primeira pessoa é uma criatura diferente da terceira pessoa, pois a narrativa em primeira pessoa essencialmente é 100% diálogo, já que uma pessoa está ativamente contando a história.

  • Limitação de ações: a primeira pessoa limita você ao que seu personagem pode ver e ouvir por si mesmo. Você não pode tirar a narração de seus narradores de primeira pessoa para mostrar outra coisa sem a) fazer isso com um de seus outros narradores ou b) matar a narrativa de primeira pessoa inteiramente. Você tem muita liberdade dentro de um personagem, mas sacrifica sua capacidade de ver o resto do mundo por isso.

  • Vários relatos de testemunhas: especialmente ao trabalhar com vários contadores de histórias na primeira pessoa, você corre o risco de ter muitas pessoas contando a mesma história. Se você puder, evite que todos repassem os mesmos eventos (voltando no tempo) — cobrir o mesmo terreno três vezes não necessariamente torna a história mais interessante, apenas mais longa.


Segunda pessoa: Modo Interativo


Segunda pessoa é quando você usa "você", "seu", "sua" para colocar o leitor na história.


  • Estrelando você: a segunda pessoa coloca o leitor em um papel participante na história. Isso pode ser muito legal, mas é difícil de fazer por longos períodos de tempo. Não há muita ficção escrita em segunda pessoa porque pode ser muito difícil de realizar. (Particularmente, eu só vi esse tipo de narração em fanfics)

  • Ei, leitor!: Um uso para a segunda pessoa pode ser na forma de interação com seus leitores na narrativa. Lemony Snicket e Tolkien fizeram isso dirigindo-se ao leitor diretamente (“você”), tornando isso não necessariamente uma escolha de POV, mas estilística.


Terceira pessoa limitada: Modo Padrão


  • Modo padrão: Terceira pessoa limitada é um método bastante comum de contar histórias. Se você não tiver certeza do que fazer, manter a terceira com limitação geralmente é seguro e eficaz.

  • Liberdade de informação: a terceira pessoa o livra de ter que se apegar tanto a um personagem. Você pode explorar coisas que o (atual) personagem principal não pode ver sem tirar o leitor do estilo narrativo padrão da história.

  • Tensão dramática: Limitando sua perspectiva a um personagem (ou um de cada vez, pelo menos), você pode aumentar a tensão na história escondendo informações deles. A primeira pessoa dá aos seus leitores um lugar na primeira fila para cada pensamento do seu personagem. Usar a terceira pessoa permite que você esconda do leitor informações que, quando bem feitas, podem ser uma boa fonte de prenúncio e tensão.

  • Impessoalidade: a terceira pessoa não é tão íntima e introspectiva quanto a primeira pessoa pode ser. A terceira pessoa ainda pode explorar os pensamentos e sentimentos de um personagem, mas terá que quebrar a narrativa para fazê-lo da mesma forma que o diálogo da primeira pessoa faz para mostrá-lo diretamente.


Terceira pessoa onisciente: Modo de Deus


  • Eu sei tudo: um narrador onisciente pode transmitir informações que estão acontecendo com qualquer personagem, não apenas o (atual) personagem principal. Você, como escritor, pode ser flexível com a quantidade de informações que dá sobre qualquer personagem, já que tem a liberdade de dar todas, algumas ou nenhuma. Alguns escritores são liberais em compartilhar a mentalidade de cada personagem, e outros são mais criteriosos sobre o que eles revelam. Depende de você e da sua história.

  • Enquanto isso, de volta ao rancho: Não estar amarrado a um personagem por vez permite que você explore e mostre coisas que estão acontecendo fora do escopo dos personagens principais.

  • Deixe-me dizer-lhe todas as coisas: só porque você pode mostrar tudo, não significa que você precisa. Se não pertence à história, se não precisa ser dito, então não diga. Se você está determinado a mostrar cada coisa que leva ao clímax, corre o risco de atolar a história com detalhes sem importância e histórias paralelas, não importa o quão legais sejam. E, semelhante à primeira pessoa, se você oferecer muitas interpretações de um evento, o impacto do evento pode ficar confuso por trás de todas as diferentes narrativas.


Terceira pessoa objetiva: Modo de Câmera


  • Ação!: Um narrador objetivo não retransmite pensamentos ou sentimentos de qualquer um dos personagens. Este narrador é um espectador sem qualquer interesse na história.

  • O que você acha?: Como o narrador objetivo não perde tempo meditando sobre as opiniões e sentimentos dos personagens, os leitores são forçados a chegar às suas próprias conclusões sobre a história. Se você está escrevendo uma história em que deseja que os leitores formem opiniões por conta própria, o narrador objetivo pode ser uma ótima maneira de fazê-lo.

  • Eu sou uma câmera de cinema: narradores objetivos não nos dão nenhuma informação sobre pensamentos ou sentimentos, baseando-se apenas no que acontece, e não no porquê. Por causa disso, o narrador objetivo pode tornar mais difícil mostrar os pensamentos e sentimentos íntimos de seus personagens.

  • Seu trabalho é mais difícil: porque o narrador objetivo é objetivo, você, como escritor, não tem muito espaço de manobra ao interpretar os eventos. Sua tarefa agora é contar como as coisas são e nada mais — toda a interpretação agora está por conta do leitor. Isso pode ser bom para explorar temas sérios sem tornar-se “enfadonho”, mas remove muito de sua liberdade de interpretar sua própria história.


Não há decisão errada ao decidir qual ponto de vista usar, a menos que você não seja consistente com a história. Experimente todos e decida qual você mais gosta!


*Esse post é uma tradução livro do post de Headless and Dev.

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