Resenha - Lady Whistledown contra-ataca - The reaDers

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Resenha - Lady Whistledown contra-ataca

 


Quatro autoras incríveis se juntam para nos trazer quatro romances na agitada Londres de 1816, apimentados por ninguém mais, ninguém menos que a direta Lady Whistledown.

Tudo tem início no que deveria ser o incrível jantar de Lady Neeley, mas ninguém conseguiu passar da sopa, já que a pulseira da anfitriã – que ela passou a noite exibindo para todos – desaparece e a mulher faz questão de revistar os convidados.  Mas o jantar é só o ponto de partida para os quatro romances que se seguem.


Peter Thompson é um ex-militar que não tem muito dinheiro e está em busca de uma esposa, mas ele não esperava se apaixonar pela alegre Srta. Tillie Howard, a jovem irmã de seu falecido companheiro do exército que tem um dote enorme. Entre muitas tentativas de se segurar e, é claro, fazendo os leitores se apaixonarem pelo casal no processo, Peter mostra que não é exatamente pelo dote de Tillie que está interessado.

Julia Quinn nos mostra em O primeiro beijo como a experiência no exército e na guerra pode afetar uma pessoa, tendo essa pessoa vivido a experiência diretamente, como Peter, ou indiretamente, como Tillie, por meio do irmão. Ao mesmo tempo em que desperta nossa consciência, a autora consegue nos encantar com mais uma história leve e divertida, apesar de curta.

Mia Ryan, por sua vez, nos apresenta um romance guiado por um delicioso mal-entendido, se é que posso tomar a liberdade de chamar assim. Quando o charmoso Anthony Doring, o conde de Roxbury, confunde Isabella Martin, uma simples dama de companhia, com sua amante e dá a ela uma “atenção” que ela nunca esperou receber, isso desperta nos dois sentimentos e vontades que não esperavam.

Atravessando as barreiras da sociedade, A última tentação nos envolve no romance improvável, mas inevitável entre o nobre que apreciava sua liberdade e a mulher que até então só podia imaginar a sua, fazendo-nos torcer pelos protagonistas como se os conhecêssemos pessoalmente.

Em O melhor dos dois mundos, Charlotte sonha acordada com a estonteante beleza de Xavier, o conde Matson, mas não imaginava que o conde se encantaria por ela tão rápido quanto ela havia sido atraída para ele. A única questão que os atrapalha é que o homem tem uma reputação e tanto, e não é das melhores – pelo menos não para uma jovem dama para qual seus pais procuram um casamento pacato.

Suzanne Enoch nos mostra nesse romance como todas as intenções de uma pessoa podem mudar em um piscar de olhos – ou, melhor dizendo, ao ouvir uma conversa sem querer – ao mesmo tempo em que mostra o quanto é preciso se esforçar para mostrar para o mundo que essa mudança é verdadeira.

Em O único para mim, Max, o visconde de Easterly, voltou para casa depois de receber de sua esposa, Sophia, o que se pode chamar de um ultimato. Após um escândalo 12 anos antes, o homem tinha se exilado, deixando a esposa para trás, mas, apesar de ser o maior alvo das suspeitas de Lady Neeley sobre o desaparecimento de sua pulseira, Max não pretende perder a esposa. Sophia, por sua vez, já errou uma vez ao não acreditar no marido e agora está disposta a inocentá-lo das acusações de roubo, mesmo que isso a faça passar mais tempo com ele e se apaixonar de novo.

Karen Hawkins faz questão de nos trazer as tristes consequências da falta de confiança e de comunicação de um casal, mesmo com amor, e as dificuldades de passar por cima disso para recuperar o que realmente importa. Para mim, foi inevitável apoiar os dois com os pedaços que sabiam do todo, o que me levou a pensar que, mais uma vez, tudo poderia ser resolvido com o diálogo.

Mas, se fosse assim, não haveria história para contar e não seríamos maravilhados com as palavras tão bem estruturadas das quatro autoras desta antologia.

By Diana

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