Há livros que te fazem refletir e pelos quais você se apaixona à primeira vista.
Há livros que causam sensações inebriantes e tristezas profundas.
Também existem histórias que te levam a conhecer outras culturas e outros tempos.
Em O duque e eu, Julia Quinn nos faz perceber que algumas convicções e opiniões que temos quando jovens só servem para nos transformar em quem devemos ser e que essas mesmas coisas não devem perdurar a vida inteira. Porque o mundo dá voltas, e nós nunca sabemos o que vamos encontrar pelo caminho.
Sinopse: Simon Basset, o irresistível duque de Hastings, acaba de retornar a Londres depois de seis anos viajando pelo mundo. Rico, bonito e solteiro, ele é um prato cheio para as mães da alta sociedade, que só pensam em arrumar um bom partido para suas filhas.
Simon, porém, tem o firme propósito de nunca se casar. Assim, para se livrar das garras dessas mulheres, precisa de um plano infalível.
É quando entra em cena Daphne Bridgerton, a irmã mais nova de seu melhor amigo. Apesar de espirituosa e dona de uma personalidade marcante, todos os homens que se interessam por ela são velhos demais, pouco inteligentes ou destituídos de qualquer tipo de charme. E os que têm potencial para ser bons maridos só a veem como uma boa amiga.
A ideia de Simon é fingir que a corteja. Dessa forma, de uma tacada só, ele conseguirá afastar as jovens obcecadas por um marido e atrairá vários pretendentes para Daphne. Afinal, se um duque está interessado nela, a jovem deve ter mais atrativos do que aparenta.
Mas, à medida que a farsa dos dois se desenrola, o sorriso malicioso e os olhos cheios de desejo de Simon tornam cada vez mais difícil para Daphne lembrar que tudo não passa de fingimento. Agora ela precisa fazer o impossível para não se apaixonar por esse conquistador inveterado que tem aversão a tudo o que ela mais quer na vida.
Primeiro dos oito livros da série Os Bridgertons, O duque e eu é uma bela história sobre o poder do amor, contada com o senso de humor afiado e a sensibilidade que são marcas registradas de Julia Quinn, autora com 10 milhões de exemplares vendidos.
#MinhaOpiniãoMaisSincera: Acho que todo(a) amante de romance de época conhece aquela famosa citação de Orgulho e preconceito (que por sinal é a melhor frase inicial de todos os tempos, na minha opinião): “É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro que possua grande fortuna deve estar à procura de uma esposa”.
Bom, essa citação certamente se encaixa no livro de Julia Quinn, só que, ao mesmo tempo, não se encaixa. Eu sei, é confuso, mas é extremamente simples quando você pega para ler O duque e eu.
Estou aqui falando de Simon, o personagem principal. Obviamente, desde o prólogo, a gente percebe que ele não quer se casar. Além de ter sido uma promessa que fez a si mesmo e uma vingança contra o pai, percebemos durante a leitura que ele realmente nunca se levou a considerar essa questão.
É em momentos assim que imaginamos qual é um dos pensamentos de alguém que cresceu sem uma família (minha família é meio grande e, pela parte de mãe, bem unida, pelo menos os diretamente ligados a ela). Se não se tem uma família unida, ou não tem família e ponto, é possível não pensar no outro oposto, mesmo que normalmente a maioria dos livros mostrem que essas pessoas desejam, profundamente, ter uma família para si.
É estranho pensar em viver a vida sozinho, e nesse ponto eu concordo com Daphne Bridgerton, uma família grande (ou média) é um desejo muito mais interessante. E é por isso que passamos a entender por que o Simon se sente muito tentado a mudar de ideia depois de conhecer Daphne e seus muitos irmãos e irmãs.
Mesmo assim, nos pegamos aqui com um personagem bem cabeça dura, o que só acrescenta mais lenha na fogueira, já que sua parceira, Daphne, é tão teimosa quanto. Além disso, gosto muito da ideia de que ela conhece a sociedade, as pessoas e seus pensamentos tão bem a ponto de ser uma ótima observadora e de conseguir manipular a maioria das pessoas à sua volta, incluindo o duque de Hastings.
Falando em manipulação, Violet Bridgerton é – definitivamente – minha personagem favorita. Uma mistura de desespero, amor, carinho, astúcia, inteligência, inocência, fofura e perspicácia, essa mulher nos mostra o que era preciso para sobreviver e conseguir o que se queria na época em que o livro é contado. Não só isso, mas ela é o que poucos livros de época demonstram, que uma mãe pode querer desesperadamente casar seus filhos, mas estar disposta a ir a extremos para vê-los felizes (acho que me adiantei um pouco nas outras histórias, ops).
De qualquer forma, eu só me delicio com as empreitadas dessa mãe extravagante e terna para fazer com que Daphne e Simon se conheçam melhor e se apaixonem.
Bom, falar da série da família Bridgerton e não comentar sobre a fofoqueira mais charmosa e desbocada de Londres é atirar no próprio pé. Só que eu não quero falar de Lady Whistledown, eu quero é saber a opinião de vocês, leitores. Também acham que ela tem e não tem medo da sociedade? Que é mais inteligente que qualquer um que pode aparecer no livro, incluindo minha querida Violet? O quanto a personagem misteriosa cativa vocês? E o quanto saber a identidade dela se torna um desejo profundo?
Confesso que eu sou apaixonada pela coragem dela, mesmo que esteja levemente escondida pelo pseudônimo. Eu queria ser atrevida assim para contar tudo o que penso. E vocês?
Mas, voltando ao livro, acredito que Julia Quinn nos trouxe uma verdadeira história de amor, com superações mais internas que externas, que nos fazem refletir sobre todos os pensamentos que carregamos conosco desde jovens. Além, é claro, de nos presentear com diversas informações sobre como era a sociedade e a cidade de Londres no século XIX.
Deixo aqui meu mais profundo agradecimento à autora por essa história maravilhosa, e mal posso esperar para falar sobre as diferenças entre o livro e a primeira temporada da série (risos).
By Débora
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