Resenha - Lovers of the red sky

Desde o início dos tempos, o mundo se mantém graças à Divindade do Nascimento, o Demônio da Morte e o espírito que mantém o equilíbrio entre os dois, mas o Demônio da Morte, sedento por poder e sangue, resolveu se livrar da entidade do Equilíbrio para possuir humanos e fazer suas maldades como bem quisesse. Para salvar o mundo das maldades do Demônio, a família real de Joseon se uniu a um pintor com habilidades místicas para selar o Demônio em um quadro, porém o pintor ficou louco depois do ritual e uma maldição caiu sobre sua filha ainda bebê, deixando-a cega.

Nove anos depois, os filhos do rei “acidentalmente” libertam o Demônio selado no quadro bem no momento em que um ritual importante está acontecendo para livrar o reino de uma seca de nove anos. Para impedir que o mal seja solto no mundo, a Divindade do Nascimento prende o Demônio dentro do corpo de um menino e lhe tira sua fonte de poder: seus olhos, transferindo-os para alguém que os guardará em segurança até o momento adequado para selar o Demônio de vez: sim, ninguém mais, ninguém menos que a filha cega do pintor de nove anos antes.

Com as confusões políticas e sociais causadas pela existência do Demônio, além das que já surgem naturalmente entre os homens, o menino em cujo corpo o Demônio habita, agora cego, cresce querendo se vingar de toda a família real em segredo, por terem matado sua família, enquanto a filha do pintor louco vira uma pintora excepcional, que acaba sendo escolhida para realizar o mesmo ritual do qual seu pai participou há tantos anos.

É apaixonante ver a atuação impecável de Ahn Hyo Seop (que interpreta o homem cego com desejo de vingança) variando entre as várias facetas de seu personagem, Ha Ram, que vai de cego misterioso que sabe de tudo e mais um pouco, homem apaixonado que vai direto ao ponto, vingador calculista e, de vez em quando, demônio malvado sem escrúpulos. Sinceramente, acho que eu preciso de um cursinho intensivo de “como não me apaixonar mais por esse homem a cada segundo”, porque não estou sendo capaz de assistir à atuação dele sem me derreter toda.

Por outro lado, a dedicada e empolgada pintora Hong Cheon Gi, interpretada por Kim Yoo Jung, me levou juntinho com ela em cada trapalhada e me fez torcer por ela a cada segundo, tornando impossível que não me identificasse com sua paixão pelo próprio trabalho e pela arte, além de sua forma de enxergar o mundo. Sério, as interpretações e pinturas da personagem dela no dorama me tiraram o fôlego.

Deixando um pouco de lado o romance, algo que eu adoro e do que não tenho como reclamar com relação a esse dorama, o que mais me chamou a atenção foi a mensagem implícita de que, por mais que exista maldade no mundo e (se você acreditar nisso, é claro, como eu acredito) algumas forças sobrenaturais possam trabalhar a favor ou contra ela, a ganância humana continua sendo um elemento determinante sobre os efeitos que esse mal pode ter.

Mal-entendidos, vinganças, perdas, amores não-correspondidos, tudo isso pode ser resolvido ou superado de forma razoavelmente serena ou, caso o ser humano permita que a ganância tome o controle, pode causar cada vez mais desgraça. Assim, independentemente de forças sobrenaturais ou destino, cabe a cada pessoa decidir como prosseguir, até porque mesmo um final feliz depende do ponto de vista.

By Diana.