Resenha - A dama mais desejada - The reaDers

terça-feira, 26 de abril de 2022

Resenha - A dama mais desejada

 


Nesta obra inteligente e apaixonante, Julia Quinn, Eloisa James e Connie Brockway trazem mais uma vez três histórias em uma, porém é tão fácil a/o leitora/leitor se envolver separadamente com cada uma delas quanto é com o livro inteiro.

Preocupada com o irmão que sofreu um acidente treinando um cavalo, Carolyn, Lady Finchley, faz uma lista de possíveis pretendentes e as convida, junto com outras pessoas, é claro, para um evento em sua casa no campo. É claro que ela não esperava que a beldade da temporada, Gwendolyn Passmore fosse infinitamente mais tímida que o necessário para se casar com seu irmão excêntrico e que acabaria sendo fisgada pela compreensão e pela adoração do melhor amigo de seu irmão, Alec Darlington, cuja irmã passou toda a temporada morrendo de ciúmes de Gwen.

A realidade apresentada por Julia Quinn nessa curta história me fez pensar na complexidade do ser humano e, consequentemente, dos personagens que os representam, mesmo que minimamente, além, e claro, da habilidade da autora de expressar os sentimentos em meio ao contexto utilizado. Assim como muitas pessoas na vida real, a personagem Gwendolyn não é o que todos imaginam ou esperam dela e, mesmo assim, é adorável à sua própria maneira, independentemente dos ditames sociais.

Connie Brockway, por sua vez, continua a apresentação de personagens complexos com Katherine Peyton, que possui a língua afiada tão temida na sociedade londrina da época e não tem nem um pouco de medo de usá-la. Mas Katherine não precisa se preocupar em agradar pretendentes, já que o homem que ela ama já a ama de volta desde... bem, desde sempre.

É claro que um(a) leitor(a) poderia pensar que esta é apenas mais uma personalidade forte apresentada por mais uma autora de romances de época, mas, na Inglaterra do século XIX, em que esse tipo de personalidade nem era aceita, eu sempre me sinto acalentada ao encontrar esse tipo de personagem feminina, que com certeza faz jus à realidade, apesar da repressão.

O par da Katherine, Neill Oakes, é um herói de guerra de igual complexidade. É claro que a honra é uma de suas características mais marcantes, mas, em vez de uma grande preocupação com o país e seu papel na sociedade, o homem volta do exército com apenas uma coisa em mente: conquistar e se casar com a mulher que sempre amou. Não é todo dia que se encontra os dois traços em um homem, mesmo em um personagem literário.

Depois de tudo isso, coube a Eloisa James o papel de contar a história de Hugh Dunne, o conde excêntrico, treinador de cavalos (irmão da casamenteira da vez), que só agora abriu os olhos para o quanto sempre foi apaixonado pela melhor amiga da irmã, a viúva Georgina Sorrell.

Como toda boa obra de romance histórico que eu já li, esta apresenta uma boa dose de sexualidade ao passo que o casal vai se envolvendo, mas com um toque que não se vê todo dia: abordando o grande erro social de tentar fazer a relação sexual parecer vazia e dotada do único objetivo de gerar filhos.

Com a ajuda dos personagens espirituosos, as três autoras tocam em questões sociais e de personalidade não tão escondidas assim e que permeiam não só a sociedade londrina do século XIX, mas sim, acredito eu, toda e qualquer sociedade do mundo inteiro em qualquer época. Mais do que um romance divertido, A dama mais desejada é, para mim, uma lição sobre estereótipos.

By Diana.

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